
Os líderes de Timor-Leste, José Ramos-Horta e Xanana Gusmão, fizeram um apelo conjunto ao diálogo em Moçambique, destacando a necessidade urgente de uma trégua política e de negociações pacíficas para pôr fim à violência que assola o país desde as eleições gerais de 9 de outubro.
Apelo pela Paz e Reconciliação
Em um comunicado divulgado recentemente, Ramos-Horta, presidente de Timor-Leste, e Gusmão, primeiro-ministro do país, expressaram solidariedade ao povo moçambicano. “Apelamos a uma trégua política, ao diálogo com grande serenidade e paciência para pôr fim à violência e criar condições para o início de negociações entre todas as partes”, afirmaram.
Segundo os líderes timorenses, o diálogo deve levar a um acordo, ainda que provisório, que restabeleça a ordem pública, normalize as atividades económicas e garanta a segurança das comunidades. Eles enfatizaram a importância de um calendário político para restaurar a ordem democrática e o poder político legítimo.
Contexto da Crise em Moçambique
Desde 21 de outubro, Moçambique enfrenta uma onda de manifestações e paralisações lideradas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que contesta os resultados eleitorais. A crise já resultou em quase 300 mortes e mais de 600 feridos.
Apesar da tomada de posse dos deputados eleitos e do novo presidente, Daniel Chapo, dois partidos de oposição, a Renamo e o MDM, boicotaram a cerimônia. Paralelamente, os protestos continuam em algumas regiões da capital, Maputo, onde a polícia tem dispersado manifestantes.
Venâncio Mondlane convocou três dias de paralisação nacional, iniciados na segunda-feira, e instou a população a participar de manifestações pacíficas durante os eventos de posse, reforçando suas reivindicações por um processo eleitoral mais transparente.
Ramos-Horta Não Comparecerá à Posse
José Ramos-Horta, que foi convidado para a cerimônia de posse de Daniel Chapo, informou que não poderá participar devido a “dificuldades logísticas insuperáveis”. Mesmo assim, reforçou o compromisso de Timor-Leste em apoiar esforços de paz e reconciliação em Moçambique.
Um Chamado à União
O apelo de Ramos-Horta e Gusmão destaca a relevância do diálogo como caminho para superar a crise. A comunidade internacional acompanha de perto os acontecimentos, esperando que as lideranças políticas e a sociedade moçambicana encontrem soluções pacíficas e sustentáveis.