
As Forças de Defesa de Israel intensificaram operações militares contra alvos estratégicos na Síria, realizando mais de 60 ataques em menos de cinco horas na noite de sábado para domingo. Segundo autoridades israelitas, os bombardeios miraram complexos militares do antigo regime de Bashar al-Assad, marcando uma escalada no cenário regional pós-colapso do governo sírio.
Os Ataques e Seus Alvos
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização independente com sede no Reino Unido, os recentes ataques elevam o total de ofensivas aéreas israelitas na Síria para 446 desde 8 de dezembro. Entre os principais alvos estão:
- Túneis subterrâneos em áreas montanhosas: que armazenavam mísseis balísticos, munições e outros equipamentos militares.
- Depósitos de armas em Qalamoun, Deraa e Soueida: localizados no sul do país.
- Instalações científicas em Barzé, próximo a Damasco, que foram completamente destruídas.
As autoridades israelitas expressaram preocupação com o destino de arsenais de armas químicas remanescentes do regime de Assad, intensificando esforços para neutralizar qualquer ameaça à segurança regional.
Reação de Grupos Regionais e da Comunidade Internacional
- Hezbollah e a Nova Síria: O movimento xiita libanês destacou a importância de o novo governo sírio adotar uma postura adversária a Israel, sinalizando tensões futuras.
- Rebeldes sírios e a ONU: Ahmed al-Charaa, representante dos rebeldes, exortou a comunidade internacional a intervir para evitar a escalada promovida por Israel. Já o enviado da ONU, Geir Pedersen, apelou contra atos de vingança, em sua primeira visita a Damasco desde a queda de Assad.
Colapso de Assad e Implicações Regionais
A fuga de Bashar al-Assad e sua família para Moscou marcou o fim de um regime de 24 anos. Desde então:
- 7.600 refugiados sírios atravessaram a fronteira da Turquia de volta ao país, buscando um novo começo.
- Turquia preparada para apoiar: O ministro da Defesa turco, Yasar Güler, garantiu que Ancara está disposta a fornecer apoio militar ao governo interino sírio, reforçando compromissos com instituições internacionais.
Perspectivas Futuras
Com Israel reforçando sua presença nos Montes Golã e o novo governo sírio tentando estabilizar o país, a região enfrenta incertezas. A ação militar israelita, somada às tensões diplomáticas e ao reaparecimento de grupos extremistas como o Hayat Tahrir al-Sham, aponta para uma possível intensificação dos conflitos.
Além disso, a reconstrução da Síria dependerá de apoio internacional e de esforços para garantir estabilidade política, evitar vinganças e erradicar remanescentes de armas químicas.