
O ciclone tropical Chido está a afetar as províncias de Cabo Delgado e Nampula, no norte de Moçambique, com chuvas fortes e ventos intensos que começaram a causar danos desde as primeiras horas deste domingo. A cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, já enfrenta dificuldades como a falta de energia e comunicações. Os ventos, que podem superar 200 km/h, e as chuvas de até 250 milímetros em 24 horas têm provocado danos consideráveis, incluindo o arranque de telhados, queda de árvores e cortes nas redes de comunicação.
Impactos em Pemba e nas Zonas Costeiras
Na cidade de Pemba, os ventos fortes e as chuvas intensas causaram desabamentos de muros e telhados. As zonas costeiras da província já enfrentam os efeitos mais severos do ciclone. De acordo com a ONG ActionAid, os danos materiais são significativos, com a previsão de que as áreas afetadas pelo ciclone intensifiquem os problemas nas próximas horas.
Previsões e Riscos
O meteorologista Pedro Mutumane alertou para os riscos de inundações urbanas e deslizamentos de terra nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, devido ao solo saturado e às chuvas contínuas. As autoridades moçambicanas estimam que o ciclone pode afetar mais de 2,5 milhões de pessoas, abrangendo também a província de Tete.
Medidas de Segurança e Cuidados
Em face das condições meteorológicas adversas, o governo de Moçambique recomenda que as pessoas em áreas de risco mantenham as janelas fechadas, evitem sair de casa, especialmente crianças, e fiquem longe de árvores. As autoridades também destacam a importância de evitar áreas inseguras e de procurar abrigo em locais mais seguros.
Suspensão de Voos e Ajuda Humanitária
A companhia aérea LAM, que opera em Moçambique, suspendeu os voos para o norte do país devido ao ciclone. As Nações Unidas enviaram equipas de apoio para a província de Cabo Delgado antes da chegada do ciclone, que deverá permanecer ativo até terça-feira.
Histórico de Ciclones em Moçambique
Moçambique é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, enfrentando regularmente a passagem de ciclones e cheias. Em 2023, o ciclone Freddy causou mais de 300 mortes, enquanto os ciclones Idai e Kenneth, em 2018-2019, resultaram em cerca de 700 vítimas no centro e norte do país.