
Macron pede realismo de Kiev sobre questões territoriais em busca de solução para o conflito
Paris, 6 de janeiro de 2025 – O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou hoje que a Ucrânia deve adotar uma postura mais pragmática em relação às questões territoriais, como parte de um esforço para alcançar uma solução para o conflito iniciado com a invasão russa em 2022. A declaração foi feita durante a tradicional reunião anual com embaixadores franceses no Palácio do Eliseu, onde o líder francês traçou as diretrizes de política externa para este ano.
Macron ressaltou que cabe aos ucranianos liderarem essas negociações sobre território, destacando que a Rússia controla atualmente cerca de 20% do território da Ucrânia e continua avançando no leste do país. Ele também enfatizou a importância de os europeus fornecerem garantias de segurança à Ucrânia, enquanto os Estados Unidos devem ajudar a mudar o panorama atual e pressionar Moscovo a aceitar negociações.
“O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sabe que uma derrota ucraniana não traria ganhos para os americanos, nem para os europeus”, argumentou Macron, alertando sobre os riscos de comprometer a credibilidade ocidental devido ao desgaste do conflito.
Com o conflito prestes a completar quatro anos, o presidente francês advertiu que não há soluções rápidas ou fáceis para a guerra. Ele pediu que Kiev considere cuidadosamente as questões territoriais como base para futuras negociações com a Rússia.
A Ucrânia, no entanto, mantém posições firmes contra as exigências do Kremlin, que incluem a renúncia à adesão à NATO, a entrega de regiões ocupadas (Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporijia), além da Crimeia, anexada em 2014. Tais condições são vistas como inaceitáveis pelo governo ucraniano.
Desde o início do conflito, a Ucrânia tem recebido apoio financeiro e militar dos aliados ocidentais, além de enfrentar sanções impostas à Rússia, que visam enfraquecer sua capacidade de sustentar o esforço de guerra. Entretanto, há incertezas sobre o nível de apoio que será mantido pelos Estados Unidos após a posse de Trump em 20 de janeiro, especialmente após declarações críticas ao investimento americano no apoio à Ucrânia.